quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Momentos Oscilantes

Enfim apareci por aqui. Feriado acaba me deixando menos sem tempo do que em dias habituais.

São aqueles chapas que estão morando fora que você tem que trocar idéia, fazer um churrasquinho, e óbvio, a roda de violão é indispensável. Quando você se dá conta, já era feriado.

Neste, boa parte do meu tempo ficou num acampamento, nem celular pegava no lugar, só fiquei sabendo que o Timão tinha vencido o Grêmio quando cheguei na cidade.

Que paz! O mundo capitalista ficou distante, muito distante.

Já foi para algum lugar e ficou sem olhar as horas para não ter noção do tempo? Se não fez isso ainda, faça! Ninguém quis saber de olhar em relógio ou celular para saber que horas eram. Tudo foi feito ao nosso tempo, sem pressa.


Foto tirada pelo Juninho Miguim, enquanto escrevia alguns versos na manhã de domingo
Lembro: esse tipo de programa, não é recomendado para porcos capitalistas.

Falando nos porquinhos do dinheiro, tínhamos que acabar com o nosso sossego, e voltar para essa “guerra” que eu acho desnecessária.

Este mundo que cada vez anda mais absurdo e mais surpreendente também.

Mas o clima de acampamento até teve na cidade no feriado. À noite a energia deixou de existir. Só de madrugada que voltou.

No comercial da CEMIG (empresa que controla a energia da região) diz: “Minas tem a melhor energia do planeta”. Eu tenho dó, muita dó dos que dependem da pior.

E para variar, um atendimento péssimo!

E comprovando que realmente tinha voltado para este mundo que anda cheio de absurdos, logo pela manhã de terça (13/10) o Jiovani (é assim mesmo que escreve) me dá a notícia que o Zé Gabriel havia falecido.

Porra! Puta que pariu! Que merda! Fiquei aéreo sem entender nada. A ficha não caía e não caiu até agora. É do tipo de pessoa que a gente acha que nunca vai morrer.

Para os visitantes do blog de outras cidades, o Zé Gabriel “do pastel” como era conhecido, era daquelas pessoas figuras. Um folclore, fez do seu “mal humor” um personagem onde todos nem iam muito para comer ou beber no seu bar ou barraca (nas madrugadas de sábado para domingo e carnaval), o lance era torrar o cara. E ele com seu “mal humor” bem humorado divertia todo mundo.

Vai parecer oportunismo falar isso agora, mas não é. Se não gostasse do cara, nem falaria. Só acho que quem faz de certa forma algo para a estória de uma localidade, merece ser lembrado com um pouco do que fez. Nada mais que isso.

Só tenho a dizer agora o que o André, chapa meu disse: “uma parte da nossa juventude foi embora”.

Aqui uma foto minha com ele que estava no álbum do meu orkut. Se não me falhe a memória, tirada em fevereiro de 2007, um sábado antes do carnaval daquele ano. Qualidade deficiente, pois foi tirada de um celular, mas que vai ser sempre bem guardada por mim como uma recordação sem comentários.

Não lembro exatamente quem bateu a foto (Cassinho, Jociel ou Cleitinho).


Só para ter uma idéia de como era o clima entre ele e a galera que frenquentava seu bar e sua barraca; contarei aqui algumas das muitas estórias que lá aconteceram:

Em 2004, eu mulecão tinha acabado de sair de uma festa onde a cerveja era na faixa. E para mim era mesmo, pois havia ganhado o ingresso. Aí, eu, Cléber, Cassinho e mais um bando rachamos rumo a barraca do Zé. Chegamos lá daquele jeito e gritando ele, quase derrubando tudo, mas, de brincadeira, como sempre todos fizeram. Aí, o senhor Cléber, me joga quase meia latinha de cerveja em uma panela de óleo quentíssima. Achei que fosse incendiar a barraca, e eu comecei rir depois do susto, bem ali do lado e o Cléber espertíssimo saiu fora, e o fumo sobrou pra mim. Minha reação foi apenas continuar rindo dele me xingando.

Outra foi quando peguei um pastel e enchi de saquinhos de maionese e ketchup (eu brincava chamando o pastel dele de pastel de vento) e chamei-o à mesa, quando ele chegou mostrei o pastel lotado de saquinhos de maioneses e ketchup. O estabelecimento tava cheio (dessa vez foi no bar), e o que veio foi uma risada daquelas do tipo: eu não dou conta desse povo. Tirei uma foto disso, tá meio tremida, foi de um celular, mas ainda bem que registrei esse momento não apenas em pensamento.

foto: Flaviane de Castro ( inverno de 2008).



Impossível também esquecer suas imitações. Aquela cara séria, do nada extrapolava com algumas vozes meigas que arrancava risos de todos.

Muitas! Muitas estórias minhas e de muita gente para contar a respeito dessa figura. Talvez em outro post conto mais algumas.

É, vida que segue. Mais uma cacetada que levo. Dois parentes, mais um conhecido que vai do nada neste ano.

E se serve de consolo, ao menos para mim, lembro dele me elogiar na rádio e de falar que gostava que fosse lá encher o saco dele. Que me achava uma pessoa boa e que não importava nem um pouco com minhas brincadeiras.

De um sujeito sincero com era, me resta lembrar desses elogios e ficar um pouco menos triste.

Vida que segue! Avante...

2 comentários:

  1. :(
    saudadess de falar contigu tu some man
    bjaao

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  2. “uma parte da nossa juventude foi embora”.

    Com certeza sinto isso também.

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