segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2012

Talvez 2012 não tenha sido no geral aquele ano perfeito. Não foi. Inegável que passou longe de ser péssimo. Embora houvesse coisas ruins inesperadas. Profissionalmente, longe do ideal, porém, bons e interessantes objetivos alcançados. Mas isso é conversa para 2013.

O que quero escrever é sobre o ano de torcedor que tive. O ano!

Não é apenas escrever que o meu time ganhou uma Libertadores invicto e foi campeão do mundo. É contar uma história de 19 anos. É lembrar de como tudo começou. É celebrar mais que uma vitória, é vivenciar isso como cultura.

Torcer para o Corinthians já há algum tempo foi mais que ter o sentimento de ganhar, empatar ou perder. Mais que um jogo. Ter notícias, ouvir e assistir jogos desse time são parte de uma vida que por alguns anos vivia meio isolada. Na monotonia de dias estava ali a companhia. Virou comunhão.

Não nasci Corintiano. Tornei. O que acho até mais saudável. O direito da escolha. E depois saber que a escolha foi certa. Em 1993 fiquei sabendo do 1x0 naquele timaço que o São Paulo tinha pelas semi-final do paulista. Lembro que fiquei feliz com a notícia. No primeiro jogo da final contra um outro timaço, o do Palmeiras ou da Parmalat, também fiquei contente com a notícia da vitória.

No jogo final, já estava em frente a TV, tremendo de nervo, querendo que aquele time de branco e preto vencesse. Perdeu feio. Foi goleado pelo Palmeiras de Edmundo e Evair. Ótimo! Pois ali já entendi que gostar daquele time tinha que ser a qualquer custo. Principalmente quando perdesse.

Veio 1994, mais um ano de freguesia. Embora eu visse o 1º título do tal Corinthians. Copa Paulista ou Bandeirantes. Em cima do Santos.

Aí veio 1995 e o desabafo. Primeiro título que vi nacional. Uma Copa do Brasil impecável. Depois o paulista em cima daquele time que me fez mais Corintiano, o Palmeiras. O menino gritou e chorou.

O tempo passou. Todos os títulos nacionais vieram aos meus olhos. Mas... tinha a tal Libertadores.

Decepção para esse pobre em 1996. Muita, mas muita decepção em 1999 e 2000. Para o Palmeiras é doído demais. Ainda mais quando se tinha um time melhor e com domínio total dos jogos.  Naqueles segundos desesperadores veio o pensamento em não sofrer mais por isso. Ufa! Passou.

Queda para segunda divisão. E nos segundos desesperadores o pensamento era, sou mais Corintiano. E na segundona ali estava assistindo quase todos os jogos. Só perdi dois. Um que foi na quarta e coincidiu com prova na faculdade e outro quando o time já havia voltado para o seu lugar. Claro, jogo fácil não é para Corintiano.

E a Libertadores, afinal? Teve mais pancada. Lá em 1993 jamais imaginava que um tal Tolima fosse fazer parte dessa história. E fez. Era o último golpe.

Aqui estou escrevendo no último dia do ano em que aquele time de camisa branca e calção preto que eu comecei a gostar ganhou a tal Libertadores da América sem perder um jogo. Aqui escrevo para contar que jamais torcida nenhuma fez o que a do tal Corinthians fez. Aqui estou lembrando de quando falava que era corintiano e riam de mim. Aqui escrevo que vi além do espetáculo da torcida, o tal Corinthians ser campeão do Mundo no Japão. Teria que ser místico assim.

O ritual que tanto cobravam de vencer a Libertadores e depois ganhar no Japão. Não um jogo organizado por uma empresa de automóvel, mas sim um campeonato organizado pela Federação Internacional de Futebol, que inclusive teve a participação do representante da casa. Mundial com todos os continentes. Por todos os meios de comunicação vi o tal Corinthians fazer dessa final, a mais importante de todas.

Presenciei o fim das piadas. E inicio um ciclo que contradiz 1993. Deixei de torcer tanto pelo time, perdeu a graça. Já vi ele ganhar tudo. Depois do que assisti em 2012, sou torcedor da torcida desse tal Corinthians. 
Aliás, apreciador dessas duas espécies culturais.  

Se será um 2013 de vitórias, eu não sei. Mas não me importa. Pois, eu quero é ver em cena o movimento cultural Corinthians.

Sim, isso deixou meu 2012 bem melhor! Vai, Corinthians!

Foto extraída do link: brunoangelossiubirata.blogspot.com.br



quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ausência



















Necessito de uma música que me dê direção.

Necessito de algum som sem noção.

Necessito de melodia sem febre.

Necessito de harmonia que não requebre.

Necessito de um som alto só para ouvir com o silêncio.

Necessito de acordes noturnos sobre a luz de auspício.

Necessito ouvir o velho.

Necessito tentar cantar o novo.

Necessito da voz que machuca a alma com beleza.

Necessito de uma canção que dê alegria para a tristeza.


Imagem extraída do link: http://www.melodiainfinita.blogger.com.br/



sábado, 27 de outubro de 2012

Campanhas eleitorais 2012

As campanhas políticas do Brasil para prefeito mostraram que faltam soluções e sobra má vontade e incapacidade.

Fórmula desgastada, irritante e o pior: parece que os candidatos e partidos não estão muito preocupados com o eleitor cidadão. E sim com o eleitor que elege.

Tivessem preocupação de fato com a sociedade apresentariam propostas com alta clareza de argumentos, buscariam soluções, reinventariam como políticos buscando objetivos que pudessem mudar.

Mas já ficou evidente que a grande meta é ser eleito e não ser prefeito. O discurso de quase todos os candidatos ao cargo municipal é quase sempre de mudança, porém se limitam durante a campanha em atacar o adversário e nada de concreto mostram. Não olham pra frente para achar a solução do erro, simplesmente insistem em cuidar da política do outro.

Entende-se que quem realmente quer fazer algo pelo eleitor cidadão mostra o que pretende, como e o que pode fazer. E mostraria o erro apontando para ele uma solução e não se limitaria apenas em dizer que o fulano está errado, que acabou com o município ou que rouba.

O velho clichê social vale fácil para os candidatos: preocupe com a sua vida. Ou melhor: preocupe com a sua política. Cuidar da vida dos outros é coisa de desocupado frustrado na vida e pior ainda: cobiçar a mulher do próximo é pecado.

Não deseje a mulher do próximo, conquiste com muito amor a sua. Faça pelo seu eleitorado, faça para a oposição e mostre que você quer mudança prática e não aquela mudança de baladeiro que sempre que amanhece de ressaca promete nunca mais beber, mas basta vomitar e limpar o estômago e a cabeça parar de doer, já toma outra para relaxar.

Se não tiver nada de positivo, conteúdo interessante para mostrar, fique quietinho. Mostre se bom moço (a). O eleitor já está cansando de prosa, de fofoca. Já basta ter que agüentar o vizinho, os invejosos no emprego querendo seu posto e querendo saber quanto ele ganha.

Ao final definitivo neste domingo das eleições municipais, se espera que uma nova estratégia política seja adotada pelos candidatos e partidos e passada para a equipe de marketing.

Não adianta ter o melhor marketeiro do mundo, se a autoridade deste fica limitada as questões pessoais e ao poder partidário que envolve a política. Mas não custa a turma do marketing tentar convencê-los.

É hora da cúpula, dos afiliados dos partidos, buscarem soluções para humanizar mais a sociedade.  Fazer que esta amadureça e comece a se interessar por política no sentido racional e não emocional que empobrece cada vez mais, especialmente no período eleitoral.

Temos um problema aparente que é o eleitor torcedor, aquele que vota no candidato apenas para vencer no dia da eleição e não por ideais sociais.

Infelizmente as brigas e boa parte das discussões entre os torcedores políticos, não são embasadas pela razão e pensamentos com sugestões que estes poderiam apresentar para os seus candidatos.

- Ele tem que ganhar!

- Por que ele tem que ganhar?

- Por que ele é o melhor.

- Por que ele é o melhor?

- Porque é.

- Mas por que é?

- Por que o outro não vale nada!

E aí a discussão vai para o lado... se formos pensar bem, vai para lado nenhum.

Melhor se fosse assim:

- Vai votar em quem?

- No Pixinguinha!

- Por que vai votar nele?

- Por que é um cara jovem, engajado com as questões sociais, se mostra firme quando fala, está apontando soluções para os erros da cidade sem ofender seu adversário, até agora argumentou de forma concisa sobre seus projetos, sempre buscou auxilio na população para dar sequencia em seus projetos sociais e que eu vejo nele por essas características, preparado para iniciar um ciclo novo, que possa ser seguido pelos futuros comandantes.

Este s mínimos argumentos, simples até demais, já fariam um avanço imenso.

- Meu candidato ganhoooooooouuuuuu! Que bom, agora é ir às reuniões da câmara e ficar em cima para ele e os vereadores cumprirem o que disseram da campanha. Chega de reclamar nas redes sociais, agora vou de verdade lutar pela cidade que eu amo. (A frase do eu amo não gostei, mas o sentimento superficial é adorável pelos torcedores).

Agora a realidade.
-
 O candidato Soneca não pagou a conta de energia da prefeitura. Vão cortar a Luz lá. #Chupa Soneca – e o eleitor torcedor continua depois da vitória do seu candidato: - O Cabra ganhou! #chupa Soneca.

  Opa, opa, opa. Quem chupa é cabra. Chupa Cabra (trocadilho maldito).

Mais uma campanha se foi. E o que se notou foi uma ganância pelo poder e satisfação do ego dos torcedores. As mudanças tão faladas e macetadas no período eleitoral não aconteceram nem na própria empreitada de três meses. Se não se inova nem no período de eleições, é difícil acreditar que ocorrerá alguma solução depois.

Daqui quatro anos esperamos que a mudança não seja apenas uma contradição de quem não faz nem quando está prometendo-a. E não se esqueça: quem realmente promete mudança, renovação e inovação, olha para frente e apresenta soluções bem argumentadas e não vive de agredir o adversário.

E que possamos ser mais eleitores cidadãos ao invés de eleitores torcedores.
Mandar alguém chupar, só se for um sorvetinho neste calor. E de repente a gente até paga um para o nosso adversário político. Boas atitudes são o principio de uma mudança.

Campanha eleitoral em São Paulo: o retrato de uma política anti-decência.

A maior cidade brasileira também foi a que deu o pior exemplo. Especialmente no segundo turno. Quase nada de soluções claras e muitas ofensas ao adversário. Pouco demais para o PSDB com sua imponência intelectual e lamentável para o PT com seu status de mudança, ainda mais tendo o Governo Federal desde 2003.


Veja um vídeo de cada candidato durante a campanha do segundo turno.

Vídeo de Haddad

Vídeo de Serra
        


                                            Um dos banners do site de Haddad
                           
                                          Um dos banners do site de Serra

E foi possível ter pior que isso. Confira a matéria do site: www.estadao.com.br

Recomendável o artigo do site AdNews. Resume bem o que foi a campnha eleitoral em São Paulo, o que pode ser levar em consideração para o restante do país. Leia: Artigo sobre campanha eleitoral de São Paulo.

Em tempo, leia a coluna no Estadão escrita por Nelson Mota: Instintos Primitivos



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Drummont e Milton

A genialidade das palavras no som inexplicável da voz.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Garanta sua segurança: use melhor as redes sociais

Mais uma corrente poluidora amargando os ares do facebook. Desta vez é sobre dicas de segurança do próprio.

Caso não tenha facebook e se possui e não viu, segue abaixo o profundo manifesto que logo depois farei minhas considerações sobre. Clique na imagem para melhor visualização.



É muito trabalho para maior bobeira ainda.

A falta de segurança não é do facebook. Nunca foi. Aliás, qualquer mente de raciocínio mais ou menos, estando conectando na internet, não sabendo usá-la, o perigo é óbvio. Esse pensamento é uma espécie de lei básica para leigos e gênios do mundo virtual.

Mais fácil ainda de entender, é que se não ficar se exibindo com coisas que pouco interessam a maioria de seus contatos, o risco fica isento. Porém, se de minuto em minuto ou hora em hora ficarmos postando onde estamos, aonde vamos, com quem estamos, o que estamos fazendo, aí é como abrirmos a porta de nossas casas e deixar e mostrarmos onde está o cartão de crédito e sua senha.

A maior segurança nas redes sociais é feita por cada usuário. Responsável pelo seu conteúdo.

Se minha informação vai para um amigo de um amigo meu, que nem é amigo meu; particularmente acharei bom, pois, posto o que tenho interesse em ser divulgado. Mesmo se for uma futilidade como: mostrar uma foto minha de ressaca, deitado no sofá de casa. Tenho a consciência que estou expondo o quase íntimo da minha vida particular. Entendo que casa é a maior defesa que temos. E pouco aproveitada pela sociedade virtuosa.

Tanto que o que se vê uma enxurrada circulando de fotos ou posts nos murais de pessoas dizendo que estão em suas resistências fazendo isso, comendo aquilo, bebendo com não sei quem, na rua tal, bairro R, perto da casa F, que fica ao lado do fulano N.

Diante disso, qual a culpa do facebook pela falta de segurança?

– Ah, o face (detesto tal expressão) agora mostra nossas postagens para o amigo do amigo meu que não é amigo meu, responde indignado o usuário que ama postar fotos do prato de janta.

A culpa então é do Mark Zuckerberg. Ele incentiva a publicação da intimidade. Deve pagar por isso. Deve obrigar a excitante façanha.

Penso eu, que jamais os mais de mil amigos, não são todos amigos. Aqueles que você troca confidências e pode depositar total confiança. Sendo assim, não há necessidade de publicar assuntos particulares no mural. Basta mandar mensagens inbox, mandar e-mail, falar no MSN, um SMS também rola e quem sabe uma ligação.

Ou seja, opção para mostrar sua felicidade ou tristeza para os amigos, de verdade, são inúmeras. Não há mínima necessidade de postar nossas vidas de pop star (fui irônico) intimamente no face. Ui.

Resumindo: é só saber usar a geringonça que mensagens como a mostrada e que circulam facebook afora, param de encher o saco.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Apresentação de Flores Perdidas

Enfim alguma imagem do blog do 3. Festival da Canção de Carmo do Rio Claro. No vídeo, Juliano e Henrique nos violões, solo e base respectivamente, Tadeu  no Cajón e vocal Guilherme.

Quem não viu o texto do blog sobre a participação do blogueiro no festival é só conferir AQUI.


domingo, 30 de setembro de 2012

Rótulos




Chego ao bar do centro, e ele está lotado. Na cidade de 20 mil habitantes é considerado o bar da elite, embora o seu proprietário seja um trabalhador, batalhador e nem grau de escolaridade elevado possui.
Elite em cidade pequena ou até mesmo nos grandes centros hoje em dia, não necessariamente seja significado de ter muita grana. Vale também o status ou querer ser de tal grupo. E na cidade de 20 mil habitantes é assim. Muitos vão ao bar da praça central para fomentar o ego social.

Chego por volta das 21 horas do sábado. Meio mulambento: tênis, calça e camiseta sem marcas expressivas. Um amigo já presente no local acena e até lá vou. Na mesa mais duas pessoas. Nenhum possui grau escolar acima do segundo.  O que evidente não os fazem menores quanto seres humanos, até porque são trabalhadores honestos.

Um pouco mais cedo eu e os mesmos estávamos em um boteco no meu bairro, o maior e popular da cidade. Nem muito pobre, nem muito rico, se é que seja válida essa expressão.  Estão todos lá sujos depois de um dia intenso de trabalho debaixo de um ardente sol. Nada de mesa. Tão no balcão, com um copinho de cachaça do lado e dão risadas saboreando uma deliciosa cerveja detentora do valor mais baixo daquele ambiente. Evidente que me junto a eles e saio feliz da vida. Bebi muito e gastei pouco com o mesmo amargo no céu da boca que um rótulo mais caro causaria.

Voltando ao bar do centro, os mesmos amigos estão lá com uma vestimenta nos padrões da sofisticação. Saboreiam o mesmo rótulo que a maioria presente no local bebe. Mas o conteúdo do bate papo e o modo de sentar são os mesmos. Pois, a marca famosa da camiseta e da cerveja engana bem nos dias de hoje.

Saindo do bar do centro, me lembro de ocasiões que sempre acontecem na hora de pedir a cerveja. Seja nos bares ou nos churrascos. Há sempre um individuo que não pode tomar a cerveja barata, porque dá dor de cabeça no outro dia, enjôo e a alegação mais freqüente: caganeira.

- Essa eu não bebo! É só eu beber dela mijo sentado! Fala com propriedade o Zé Mané.

Até parece que se você encher a cara, comer tira gosto em excesso durante um cerimonial cervejístico, no outro dia você não irá sentir um desses sintomas. Que encheu a cara e por isso passou mal, isso não se admite.

Já me dei por ridículo há algum tempo com essa de querer só a cerveja mais famosa. E era tão pé rapado quanto hoje. Não que tenho algo contra quem tome uma cerveja cara e que jamais faço isso. Evidentemente que bebo. Não nego que surto de vez em quando e desesperadamente quero tomar a cerveja tal. O engraçado é que o signo que vejo em minha mente, é o rótulo da bendita.  

Uma vez em um churrasco dei a ideia de colocar uma cerveja diferente no copo de um amigo que vivia reclamando que determinada cerveja lhe fazia mal. Na bagunça que estava o ambiente, peguei seu copo, fui até a cozinha e enchi com vontade o recipiente da figura com a marca que ele detestava.

Golaço! Bebeu a copada feliz da vida. E até hoje não acredita na brincadeira.

A preocupação com o que os outros pensam, ainda é um amargo que regride a sociedade.

Deveríamos acreditar mais na humanização do que nas máquinas.

Veja no link uma matéria realizada pela TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas, sobre troca de rótulos de cerveja. Você já pode ter tomando uma deliciosa Kaiser achando que era uma Skol redondinha. Ou ainda pode cair em alguma pegadinha no churrasco com os "amigos". 

Confira a matéria: www.alterosa.com.br


domingo, 16 de setembro de 2012

Eu prometo



Escrever sobre o quê? Pensar o quê? Depois de dias de abandono? Rabiscarei qualquer balela aqui para atualizar este blog e novamente prometer que estarei mais presente por aqui. Mas convenhamos: não dá para acreditar numa promessa de quem sempre não a cumpre. Ainda mais em um período que todos estão acostumados com o discurso da salvação do mundo.

Mas eu prometo estar sempre aqui quando estiver.

Eu prometo também usar a mesma desculpa caso outra vez abandone local. Ainda bem que este blog não é o povo e muito menos vota. Ufa!

Imagem extraída do site: http://www.ivancabral.com/

terça-feira, 31 de julho de 2012

Sobre o 3º festival da Canção de Carmo do Rio Claro


Desanimado e sem inspiração alguma para estrofes nos últimos tempos, o Juliano me liga torrando para inscrevermos uma antiga parceria no festival. Dei o ok, desde que este fizesse tudo. Detesto burocracias.

Nem lembrava mais que havia tal inscrição, quando ele me liga na sexta, com o sol já caminhando para a Ásia e fala que tínhamos que apresentar a arada no sábado.

Passagem de som, 14h15. Nem fui. 19h50 estou nas proximidades do evento, a Capela, centro da cidade.

Conversa com um ali, outro lá e como todo letrista, escrevinhador de estrofes, poeta para os mais otimistas ou sarristas, passo tranquilamente despercebido em meio a violões e já conhecidos cantores da sociedade carmelitana.  Talvez não passasse tanto em vão caso a organização não tivesse enviado meu nome para a imprensa como IVANILDO Donizete.

Auditório surpreendentemente lotado. Sento lá no fundo. O Juliano que subiria ao palco para tocar  some. Tão pirado em “Os Sonhos não Envelhece”, o livro de Márcio Borges, inspirado nas histórias do Clube da Esquina e que deu inclusive inspiração e origem para nossa música, me senti o Marcinho participando de seus primeiros festivais com o Bituca (Milton Nascimento).

Me achar o Márcio Borges por três segundos até não é crime. Só jamais poderei ter o mesmo delírio com o Juliano em relação ao Milton. Isso só em uma mistura de vodka, café, repolho, pinga, cinzas de cigarro, água do rio Tietê, conhaque vencido e LSD com vinho seco. Alucinação suicida.

Começam as apresentações com o habitual carisma e a intensa competência de Paulo César Lima ou só PC. Encolhido na penúltima fileira, morrendo de vergonha e medo da recepção do público na hora de Flores Perdidas, sinto as mãos em escalada decrescente de graus.

Começo, meio e fim de apresentação. Aplausos consideráveis. O prêmio eu já tinha faturado: participei do festival e não passei vergonha. Excelente!

Surpresa! E mancadas!

A Composição minha e do Juliano em quarto lugar. Subimos no palco, pegamos troféu e o envelope com o dinheiro da premiação. Aí, o deslize: preocupei tanto com o envelope recheado de cifras e esqueci-me do troféu. Com carinha de cachorro sem vergonha, bem safado, tentando despistar e ausentar a atenção do público da mancada, busquei o troféu.

Segunda mancada da noite: empolguei tanto com o envelope de cifras e esqueci de pagar os três músicos convidados (Guilherme, Henrique e Tadeu). E ainda dividi a grana com o Juliano na frente dos caras. O vacilo foi corrigido logo no outro dia.

Na TV local, mesmo com inúmeras repetições do nome da música (FLORES PERDIDAS) na matéria, a repórter acertou o nome (VANILDO), mas dessa vez brincou de trocar a identidade da música, que na reportagem virou Flores COLORIDAS.

Segundo bloco da matéria rolando e novamente somos citados. Ufa! Dessa vez ela acertou o nome da música, disse em tom seguro: “na quarta colocação ficou a canção Flores PERDIDAS de Juliano Fialho e IVANILDO Donizete. Confesso que já não entendi mais nada depois disso.

Já não sei se chamo Ivanildo ou Vanildo e se a minha letra é Flores Perdidas ou Coloridas, ou achadas ou pretas e brancas. Ou se diante de todas essas trocas, eu sou eu realmente.

Só sei que o envelope de cifras estava corretíssimo! Menos mal.

PS: Com tantas mancadas é óbvio que mesmo levando duas máquinas fotográficas, voltaria sem absolutamente nenhuma foto.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O dinheiro que entristece



Interior de algum lugar do mundo. Ausência de trabalho. Depois que fora despachado a pontapés em forma de atitudes de poder, não mais se acertou. Falo de Juca Silva.

O hoje homem criado fisicamente é um bebê moral de seis meses pedindo ajuda para a mãe. Não pede leite, pois o álcool lhe mata a ansiedade e oferece o sono que por instantes dá lhe o descanso no colchão. Juca precisa do leite da vida, misturado com paz.

Juca perturbado pela maneira que perdera o emprego, até hoje não compreende a razão de tanta implicância. De tanta ganância por dinheiro. Por tanta maldade. Iludiu-se e foi buscar outros ares. Mas mais gastou do que recebeu. Voltou. Inferno astral no topo.

Entre um trabalho e outro, instabilidades. Sonhos mais desejos, igual: ilusão.

Prometera faz alguns anos que jamais iria voltar para aquele lugar de onde saiu moralmente como um vômito. Mas e o dinheiro?  Não tinha nem para o picolé. Juca o traiu, matou sua consciência, magoou o pouco que restava em si de felicidade e esperança.

Contas e contas atrasadas, gente lhe cobrando, amigos (?) se afastando. Juca era uma salada de sentimentos: tristeza, necessidade, culpa, hipocrisia e até honestidade. Sim! Honestidade porque trabalhará para seu sustento sem cuidar da vida de ninguém diretamente.

A alma de Juca chora. Os olhos resistentes nem lacrimejam. Tentam olhar para frente, imaginado que para chegar ao alívio, necessita-se encarar pelo menos com ironia tanta dor.

Por algum tempo não lhe faltará dinheiro. Mas lhe sobrarão dores profundas e cicatrizes morais. Pois, o dinheiro que receberá pelo trabalho honesto, não é de gente honesta.

Agora as dívidas de Juca são com seu solado coração. 


Ps: esta postagem é a de número 200 do blog.
 Imagem usada no texto extraída do blog: http://tiagolinno.wordpress.com


terça-feira, 5 de junho de 2012

Cara de bunda





quarta-feira, 30 de maio de 2012

O medo de admirar o mundo


Em uma caminhada por alguns trechos da cidade observava o mundo. As pessoas, os carros, os cachorros, as ruas, as casas, o som.

Enquanto um vem, outro vai, outros conversam e o capitalismo move gente, meus olhos descasavam.

Subo a Rua Belo Horizonte para calmamente observar as casas que há 11 anos eram partes cotidianas do meu universo, na época, juvenil punk sonhador.

Saudade de um tempo fantasioso. Saudade dos álbuns do Sepultura, Ramones, Queen, todos emprestados pelo Diegão. Saudade do rock nacional que ouvia em volume máximo dos Titãs, Ira, Legião e para suavizar a boa vizinhança, Paralamas e Skank.

Saudade da vizinha velhinha que morava na casa de baixo. Saudade dos xingos da velhinha no Padre Mário na rádio Difusora no jornal que não lembro o nome. Era de calar a boca para cima quando ela perdia a paciência com a falação do Padre. Saudade da comunicação do Padre Mário.

Já quase no final da rua, uma garota vestida de bom humor sai cantando do lar. Avista uma velhinha com rosto de paz. Brinca com a velhinha. Pega na mão narrada pelo tempo e a deixa tão jovem quanto ela. Dá vida correta à velhinha que certamente rasga o dia olhando da janela desgastada de sua residência para encontrar um oi, um sorriso ou a glória de um aperto de mão.

Atitude tão digna que atrai minha compaixão ferida. Queria chegar perto e tocar na mão da velhinha também, mas confesso que a ignorância me venceu outra vez. Queria ficar olhando a cena, mas, o medo de achar que a garota que carinhosamente tocava a mão da velhinha fosse me recriminar, me venceu.

Acostumamos tanto em sermos cretinos, que quando admiramos a humanidade, já logo pensamos que o outro lado irá pensar em nossa hipocrisia.

O comum de fechar os olhos e chutar os sentidos das coisas simples nos inibe quando enxergamos a decência e o respeito por um ato gentil.

E foi o que senti. Por medo de achar que a garota fosse me recriminar por estar olhando a cena, decidi dar as costas. Imaginei que ela fosse pensar que estaria zombando, achando feia sua atitude, já que o mundo faz pensar assim.

A canalhice humana é tão graúda que soca o bem, inibe de se fazer o justo, o decente. Faz preocupar com o incorreto, com o julgamento. E mesmo na admiração por algum ato de bondade ao espírito, o incorreto nos vence.

Então garota da Rua Belo Horizonte, em Carmo do Rio Claro, que saiu cantando de casa hoje, quarta-feira, 30 de maio de 2012, se esta crônica chegar até você saiba que aquele minúsculo ser raquítico e barbudo que olhava você e a velhinha da janela, não te zombava. A curiosidade era a inveja disfarçada de não ter conseguido fazer o mesmo.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Baseado em fatos reais e irreais e vice e versa


 No silêncio de imagens em preto e branco, o tempo provoca medo. Um rosto dramático e um olhar sem rumo de uma mulher é qualquer filme que não queremos viver.

De um lugar perdido, a imaginação da dama se encontrou pelo tempo. Suas lembranças fugiram, pois só assim poderia caminhar. Pensamentos que a colocavam na realidade do passado, que vinha a se tornar uma desesperadora verdade.

Sua mente perdida tentava encontrar sua história, pedir para o destino não destrancar a porta ou que o homem tivesse prendido seus braços e mudado seu destino.


sábado, 14 de abril de 2012

Tempo


Na rua ela andava com os pés em contato direto com o chão. Chutava bola de meia, de plástico e marcava gol de final de copa do mundo quando tocava em uma bola de capotão.

Escondia, corria, gritava, cantava e assoviava com o pescoço inclinado. O som ecoava suave pelos ares.

A mão sentia a terra, os braços sentiam verdades. O rádio de pilha com seu som chiado não precisava de login e senha para ser comunicado.

A inocência fazia dispensar qualquer tela para protestar. A indignação era na cara. Havia coragem para atos de protesto.

Mas ela, a infância passou.

Esconder, correr, gritar, cantar e assoviar perdeu o sentido.

O rádio de pilha não serve nem para enfeite.

E a inocência ficou superficial. E a indignação virtual.

A tecnologia chegou.



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Etapa do Super Race em Carmo do Rio Claro é cancela

O belo azul do céu da tarde de quinta-feira, 04 de abril, em Carmo do Rio Claro perdeu a intensidade. O colorido de asas deltas que coloriam os ares da cidade, desceram e os pilotos que estavam na abertura do Super Race Brasil 2012, o campeonato brasileiro de voo livre silenciaram-se.

Em nota oficial da ABVL, Associação Brasileira de Voo Livre, divulgada no blog do Super Race 2012, informa que etapa carmelitana foi cancelada.

O motivo do cancelamento ocorreu pelo acidente com o piloto australiano David Seib, na tarde de ontem. Trinta e cinco pilotos votaram para decidirem se continuariam ou não a etapa. Vinte sete optaram pelo voto do cancelamento.

Com condições favoráveis, tempo propício e a segurança exigida pela Associação Brasileira de Vôo Livre, a fatalidade entristeceu pilotos, organização e a população carmelitana, que olha para cima nesta sexta-feira da paixão e vê por coincidência um céu escuro e de nuvens carregadas de chuva.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Carmo do Rio Claro entre a fé e a aventura

Fiéis e pilotos dividirão a Serra da Tormenta no feriado Santo

Seguindo a tradição do interior mineiro, a cidade terá uma programação intensamente religiosa, conforme a crença da igreja católica. Desde o domingo de ramos, as paróquias carmelitanas são muito visitadas e os fiéis passam por uma maratona de fé.

O início da semana Santa carmelitana aconteceu no domingo, 1º de abril, com a habitual missa de Ramos, seguida pela procissão dos casais no dia seguinte.

Missa de lava pés, aleluia, ressurreição e as procissões do encontro e enterro, também fazem parte do calendário da semana Santa no município.

Fé na Serra

A fé sobe 1.287 metros no município. Na sexta-feira da Paixão, fiéis de várias cidades da região vão até Carmo do Rio Claro para subir a Serra da Tormenta e visitar a Capelinha de Nossa Senhora Aparecida, “no alto da montanha”.

O movimento de fiéis na Serra começa quinta à noite. Com um abençoado nascer do sol, a Via Sacra segue rumo às alturas, e para acompanhá-la é preciso ter fôlego de atleta.

Arquivo Vidraça (2009)
Romaria no céu de Carmo do Rio Claro

Dividindo a Serra da Tormenta com os fiéis, o Super Race, campeonato brasileiro de vôo livre, modalidade asa delta, colore o céu de Carmo do Rio Claro no feriado. São 60 pilotos celebrando a competição e fazendo uma romaria pelos ares da cidade.

Esta é a primeira etapa da competição e vai até o sábado de aleluia. Entre os que disputam o torneio estão o australiano, John Duran Jr., campeão mundial e a equipe do Corinthians, vice campeã brasileira em 2011.

Certamente a semana Santa carmelitana será de louvores aos céus.
Foto: Equipe Super Race

















domingo, 18 de março de 2012

Um pouquinho só de tédio de alguns "faces"

Talvez postando isso no blog me juntarei a turma deles. Mas ao menos estou escrevendo em um blog, portanto, já saio dessa tolice de se postar qualquer merdinha no facebook.

Me assusto com a escassez mental de muitos usuários do “face” (detesto tal expressão). 

Mensagens de otimismo sugadas do google, postagens de fé postadas por gente do mal se passando por bom moço para abocanhar uma grana em campanhas e muita, muita falsidade de gente hipócrita se passando por um ser humano de bem.

Nunca vi tanto interesse pela política como existente na rede criada por Mark Zuckerberg. Se ao menos ¼ dos que questionam e brigam por política por lá fossem em algum comício estaria excelente.

Percebo que anda todo mundo por lá, mais machinho, com uma coragem digna de quem não consegue olhar na sua cara na rua e falar um simples oi.

Roubou na loja da mamãe... corre para desabafar sobre a educação no facebook.

Achou o valor da festa alto... vai rebolando até o computador e protesta no “face”.

Não gostou da titica do au au da vizinha na calçada... vai falar diretamente para a dona dele? Claro!

Claro que não, né? Vai revolucionar o mundo contra as fezes cachorranas no facebook.

E a babaquice de achar que criar um “face” vai ser a solução para tudo? De dar dó. Que nada. De dar raiva, muita raiva mesmo.

Cidadão simplesmente cria um perfil, sem ter noção mínima da coisa, dispara comentários e se limita em achar que a geringonça será a solução para um marketing perfeito.

Na boa... está desastrosa a coisa.

Tão desastrosa que usei o “face” para divulgar essa merda de texto.

Eu me odeio!

segunda-feira, 12 de março de 2012

“Imagens de Minas”

E para enfim atualizar o blog, um vídeo feito de imagens de Carmo do Rio Claro que estavam engavetadas no HD do já velho computador.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Tempo...

Esquinas do tempo...

Ruas sem sombras...

Calçadas em tempestades...

Tempo, tempo, tempo...

Perdido nas horas do tempo...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

................................

Eu voltei!

Depois do alívio, mas antes da inquietação.

Não suportei!

Nem felicidade, nem tristeza, nem decepção.

Caminha caminhos estradas sem explicação.