As campanhas políticas do Brasil para prefeito mostraram que
faltam soluções e sobra má vontade e incapacidade.
Fórmula desgastada, irritante e o pior: parece que os
candidatos e partidos não estão muito preocupados com o eleitor cidadão. E sim
com o eleitor que elege.
Tivessem preocupação de fato com a sociedade apresentariam
propostas com alta clareza de argumentos, buscariam soluções, reinventariam
como políticos buscando objetivos que pudessem mudar.
Mas já ficou evidente que a grande meta é ser eleito e não
ser prefeito. O discurso de quase todos os candidatos ao cargo municipal é
quase sempre de mudança, porém se limitam durante a campanha em atacar o
adversário e nada de concreto mostram. Não olham pra frente para achar a
solução do erro, simplesmente insistem em cuidar da política do outro.
Entende-se que quem realmente quer fazer algo pelo eleitor
cidadão mostra o que pretende, como e o que pode fazer. E mostraria o erro
apontando para ele uma solução e não se limitaria apenas em dizer que o fulano
está errado, que acabou com o município ou que rouba.
O velho clichê social vale fácil para os candidatos: preocupe
com a sua vida. Ou melhor: preocupe com a sua política. Cuidar da vida dos outros
é coisa de desocupado frustrado na vida e pior ainda: cobiçar a mulher do
próximo é pecado.
Não deseje a mulher do próximo, conquiste com muito amor a sua. Faça pelo seu eleitorado, faça para a oposição e mostre que você quer mudança prática e não aquela mudança de baladeiro que sempre que amanhece de ressaca promete nunca mais beber, mas basta vomitar e limpar o estômago e a cabeça parar de doer, já toma outra para relaxar.
Se não tiver nada de positivo, conteúdo interessante para
mostrar, fique quietinho. Mostre se bom moço (a). O eleitor já está cansando de
prosa, de fofoca. Já basta ter que agüentar o vizinho, os invejosos no emprego
querendo seu posto e querendo saber quanto ele ganha.
Ao final definitivo neste domingo das eleições municipais,
se espera que uma nova estratégia política seja adotada pelos candidatos e partidos
e passada para a equipe de marketing.
Não adianta ter o melhor marketeiro do mundo, se a
autoridade deste fica limitada as questões pessoais e ao poder partidário que
envolve a política. Mas não custa a turma do marketing tentar convencê-los.
É hora da cúpula, dos afiliados dos partidos, buscarem
soluções para humanizar mais a sociedade.
Fazer que esta amadureça e comece a se interessar por política no
sentido racional e não emocional que empobrece cada vez mais, especialmente no
período eleitoral.
Temos um problema aparente que é o eleitor torcedor, aquele
que vota no candidato apenas para vencer no dia da eleição e não por ideais
sociais.
Infelizmente as brigas e boa parte das discussões entre os
torcedores políticos, não são embasadas pela razão e pensamentos com sugestões
que estes poderiam apresentar para os seus candidatos.
- Ele tem que ganhar!
- Por que ele tem que ganhar?
- Por que ele é o melhor.
- Por que ele é o melhor?
- Porque é.
- Mas por que é?
- Por que o outro não vale nada!
E aí a discussão vai para o lado... se formos pensar bem,
vai para lado nenhum.
Melhor se fosse assim:
- Vai votar em quem?
- No Pixinguinha!
- Por que vai votar nele?
- Por que é um cara jovem, engajado com as questões sociais,
se mostra firme quando fala, está apontando soluções para os erros da cidade
sem ofender seu adversário, até agora argumentou de forma concisa sobre seus
projetos, sempre buscou auxilio na população para dar sequencia em seus
projetos sociais e que eu vejo nele por essas características, preparado para
iniciar um ciclo novo, que possa ser seguido pelos futuros comandantes.
Este s mínimos argumentos, simples até demais, já fariam um
avanço imenso.
- Meu candidato ganhoooooooouuuuuu! Que bom, agora é ir às
reuniões da câmara e ficar em cima para ele e os vereadores cumprirem o que
disseram da campanha. Chega de reclamar nas redes sociais, agora vou de verdade
lutar pela cidade que eu amo. (A frase do eu amo não gostei, mas o sentimento superficial é adorável pelos
torcedores).
Agora a realidade.
-
O candidato Soneca não pagou a conta de energia da
prefeitura. Vão cortar a Luz lá. #Chupa Soneca – e o eleitor torcedor continua
depois da vitória do seu candidato: - O Cabra ganhou! #chupa Soneca.
Opa, opa, opa. Quem chupa é cabra. Chupa Cabra
(trocadilho maldito).
Mais uma campanha se foi. E o que se notou foi uma ganância
pelo poder e satisfação do ego dos torcedores. As mudanças tão faladas e
macetadas no período eleitoral não aconteceram nem na própria empreitada de
três meses. Se não se inova nem no período de eleições, é difícil acreditar que
ocorrerá alguma solução depois.
Daqui quatro anos esperamos que a mudança não seja apenas
uma contradição de quem não faz nem quando está prometendo-a. E não se esqueça:
quem realmente promete mudança, renovação e inovação, olha para frente e
apresenta soluções bem argumentadas e não vive de agredir o adversário.
E que possamos ser mais eleitores cidadãos ao invés de
eleitores torcedores.
Mandar alguém chupar, só se for um sorvetinho neste calor. E
de repente a gente até paga um para o nosso adversário político. Boas atitudes
são o principio de uma mudança.
Campanha eleitoral em São Paulo: o retrato de uma política anti-decência.
A maior cidade brasileira também foi a que deu o pior exemplo. Especialmente no segundo turno. Quase nada de soluções claras e muitas ofensas ao adversário. Pouco demais para o PSDB com sua imponência intelectual e lamentável para o PT com seu status de mudança, ainda mais tendo o Governo Federal desde 2003.
Veja um vídeo de cada candidato durante a campanha do segundo turno.
Vídeo de Haddad
Vídeo de Serra
Um dos banners do site de Haddad
Um dos banners do site de Serra
E foi possível ter pior que isso. Confira a matéria do site: www.estadao.com.br
Recomendável o artigo do site AdNews. Resume bem o que foi a campnha eleitoral em São Paulo, o que pode ser levar em consideração para o restante do país. Leia: Artigo sobre campanha eleitoral de São Paulo.
Em tempo, leia a coluna no Estadão escrita por Nelson Mota: Instintos Primitivos