domingo, 30 de maio de 2010

Voltando a Ver o Mundo

Há tempo um homem andava com toda disposição pertencente a ele. Olhava a natureza, vez ou outra a desafiava, encorajava-se pelas noites e certa vez também se rendeu ao medo.


Teve filhos, muitos filhos. Uns se foram precocemente, e 11 sobreviveram.


O velho, na época jovem, apontou o caminho do trabalho duro para 10 desses filhos sobreviventes. A caçula foi beneficiada pela tradição da proteção ao filho mais novo. E não teve a vida sofrida que os demais tiveram.


Passa se um pouco do tempo.


As crias do homem vão se casando. Construindo suas famílias, cuidando de seus próprios lares e deveres. Saindo aos poucos do autoritarismo daquele homem.


Vieram os netos. Mas a disposição e o jeito durão continuavam. Mesmo com praticamente toda filharada criada e já casada.


O trabalho era a fascinação do homem. Acordar antes de o sol nascer e respirar os últimos suspiros da escuridão lhe renovava. Ver o claro sendo esquentado pelo sol era o combustível para mais um dia.


Ir e voltar. Pernas que se moviam na companhia de pés que deixavam os rastros da vitalidade. Olhos para ver o mundo do bem e do mal. Boca para falar sobre o que via por onde andava.


A boca ainda fala, talvez para muitos sem o mesmo sentido de antes. Os olhos ainda vêem, mas não com a mesma amplitude de antes.


E as pernas?


Essas já não correspondem mais aos anseios do homem que tanto as utilizaram para correr pelos trilhos da vida.


Hoje de manhã o homem, agora velho deixou um pouco sua cama. Porque sua filha mais velha e seu genro deram para o homem a oportunidade de ver o mundo de forma abranjente. Já que os poucos metros quadrados de sua velha casa, estavam freqüentes em seu cotidiano. E um pouco depois, o seu 3º neto suspirou a bondade daquele momento ao ser informado um pouco depois sobre o tão agradável fato.


O velho riu de verdade, se emocionou, conversou com sua vizinhança como um homem normal. Voltou a sentir a manhã sorrir dentro de seu corpo como antes.


Depois de tantos momentos de sufoco.


O homem estava voltando a ver o mundo.


Ps: Pensei em várias fotos para ilustrar o texto. Mas vi que nenhuma completaria o que está escrito, a não ser a imaginação tentando enxergar o que o homem viu. Penso que somente o que os olhos dele tenham visto pudessem dar ilustração ao post.

domingo, 23 de maio de 2010

Resposta ao Post Viciado Sim! Alcoólatra Não!

Por Felipe Campelo (com um L só)

Só para constar, o Campelo é com um L só. Originalmente tem um acento circunflexo no E, mas deixei de usá-lo por pura praticidade. Afinal, nenhum dos meus documentos oficiais utiliza-se de acento mesmo. Contudo, vamos ao que realmente interessa.

Ao contrário do que o J.C. comentou, para mim, a questão é sim, principalmente, de semântica. Quando faço questão de frisar que viciado em bebidas alcoólicas é a mesma coisa que alcoólatra é porque o primeiro de fato se constitui a definição do último.

Tenho que discordar do meu amigo Vanildo, mas viciado e alcoólatra não são a mesma merda. Pode-se ser viciado em inúmeras coisas, das mais simples até as mais bizarras. O vício em álcool (bebidas) é que se constitui em alcoolismo (estou redundante para evitar equívocos).

Acontece é que mesmo quando se torna uma patologia, o uso de bebidas alcoólicas possuí vários graus (assim como as próprias bebidas... rsrs) de dependência.

Pode não ter parecido, mas eu entendi muito bem a diferenciação que o Vanildo quis fazer. O Vanildo estava explicando que sua apreciação pelo álcool está em um nível de dependência leve, que ele gosta de beber muito, mas que “consegue parar de beber quando quiser” (coisa perigosa de se dizer...) e que seu “vício” não lhe traz problemas sérios. Ao contrário dos outros estágios em que a dependência começa a atrapalhar (e vai progressivamente piorando) a vida do sujeito em diversos assuntos.

Pois bem, você deve estar se perguntando então por qual motivo eu não simplesmente concordei com ele. Ora, se eu tivesse feito isso não teríamos assunto até agora e a coisa acabaria ali. Fiz isso com o Vanildo pois sabia de sua capacidade para argumentar e que a conversa renderia.


Continuo, contudo, defendendo que sua fala foi contraditória, principalmente para os seres não pensantes. Mas entendi muito bem o conteúdo do que foi dito.

Minhas provocações acerca do uso semântico não é apenas um preciosismo de jornalista, mas uma necessidade para o entendimento no diálogo. Já vi inúmeros (exagero meu, mas alguns) debates em que não havia um avanço na questão proposta simplesmente porque um conceito era entendido de maneira diversa pelos lados ou porque os lados usavam conceitos diferentes para falar da mesma coisa.

Para finalizar, não sei se conservador seria muito adequado para me definir. Tal conceito já foi tão utilizado, “pisoteado”, “esgarçado” e “estuprado” que é necessário fazer uma revisão antes de entrar nessa debate (fica para próxima).

Quanto ao convicto tenho que acabar com suas ilusões, mas sou muito pouco. Minha convicção geralmente se restringem às minhas dúvidas.

Discordo também de não concordar com você em bulhufas. Com certeza pensamos parecido em algumas coisas. Gosto porém de provocar (isso sim culpa do J.C.) e debater para mim é muito divertido.

Ps: é "bunitinho" esse "Filipi".

sábado, 15 de maio de 2010

A Existência da não Existência e Vice Versa

E mais um texto faço. Mais uma imbecilidade ilustrada com palavras de parto normal.


Tenho preguiça de ir ao banheiro, por isso seguro a cerveja de ontem e os dois refrigerantes de hoje. O bife do almoço já não me pertence mais.


Pois é, coisas inúteis eu escrevo. Tão imbecis como qualquer coisa. Porque tudo é inexistente de ser magnífico ao extremo. Inclusive o que não existe. Pois o que não existe para eu, tu, ele, existe para nós, vós e eles.


Ou seja, o que não existe, existe. Basta pensar no que não existe e isso já está sendo existente.


Bobeiras letradas, farriando na melodia de um violão. Tento pegar a música em minhas mãos. Mas ela escorrega e vai entrando nos ouvidos que passam pelas ruas.


Invejo os tímpanos que ouvem a canção que toca naquela caixa com mais de 10 anos de batidas. A audição se transforma em sentidos simultâneos e enxerga, degusta e até toca na música cheia de cores.


Deve haver uma curiosidade em relação o que ouvia enquanto digitava tais palavras. Eu poderia até falar, mas não é necessário. Pois a música que escutava, pode não existir, além de mim.


Sim! O que existe, também pode não existir. Mesmo existindo.

domingo, 2 de maio de 2010

Viciado sim! Alcoólatra não!

Antes de esclarecer o título desta postagem, informo que por tempo indeterminado postarei aqui apenas fatos de ficção ou assuntos que não sejam referentes à minha pessoa.


O motivo?


Já há um bom tempo tenho notado coisas negativas ao meu redor. E na luta para encontrar um caminho de crença, preciso parar de me expor (tá ligado ao espiritismo). Embora o blog seja o menos perigoso disso. Pois algumas das pessoas que garfam os olhos (inveja) em direção a minha pessoa, se quer perderia tempo em ler. Mais fácil ficar bisbilhotando pelo orkut, exemplo.


Falando em orkut, só em casos raros e de urgência, usarei essas parafernálias eletrônicas para recados pessoais. Do tipo: vou ali, vou lá e blá blá blá...


Agora vamos ao que interessa.


Viciado sim! Alcoólatra não!


Parece, e é contraditório. Mas eu consigo ver diferença na questão.


Questão que rendeu uma discussão ferrenha entre a minha pessoa e a de Felipe Campello. A razão do bate boca foi devido a uma matéria que foi capa de um jornal da região sudoeste em que o tema era o alcoolismo. E a dona da matéria, a gente finíssima Adriana Dias, que atualmente tenho prazer de morar no mesmo prédio que ela e de ter aulas de assessoria de comunicação. Embora ultimamente não tenha freqüentado muito as aulas dela por relaxo do cidadão aqui. Pois é, a jornalista Adriana Dias me encontrou numa sexta antes da aula, tomando uma cervejita com alguns camaradas e me fez algumas perguntas sobre o assunto. Foi onde disse que sou viciado, mas não sou alcoólatra. Veja no final do texto a declaração dada por mim na matéria


Conservador que é (tenho quase certeza que ele vai me indagar pelo conservador). Convicto do que pensa e fala, ele não concorda em bulhufas comigo. E para ele, viciado e alcoólatra é tudo a mesma merda (merda foi por minha conta).


Já para mim há diferença, explico: no meu caso o vício que tenho principalmente por cerveja não me faz considerar um alcoólatra. Pois preciso de beber ao menos 6 dias da semana, como disse na matéria do jornal em que fui interrogado sobre o assunto. Mas tal vontade quando nessário é controlada. Não sou do tipo de pessoa, que se ficar em um lugar que não poderei digerir bebida alcoólica, ficarei louco e farei loucuras para beber algo que distraia o organismo, como muitos fazem. É uma vontade que vêm, e se nada me impede, vou e bebo minha birita (geralmente cerveja). Nem sempre em excesso, importante frisar isso.


Já o alcoólatra é aquele que mesmo não podendo beber, já pelas doenças que o próprio álcool causou, ou por outras de outros motivos (que bagunça), ou por estar em um lugar que não poderá beber por uma semana, enfim, vivendo situações que o impeça de “degustar” o álcool, ele vai no mínimo enlouquecer. Mas o mais certo, é que vai se danar por estar doente, ou por estar em um lugar que não poderá beber, e vai beber até ficar bêbado. E sempre que bebe, dá defeito.


É mais ou menos isso que penso, tirando de base a minha situação, perante o vício assumido que tenho por cerveja.

Veja trechos da matéria:

Clique nas imagens para ampliá-las




Ps: o tal do Rafael Henrique Sousa que também foi entrevistado, é companheiro de ap e boteco em Passos. E ele, juntamente com Jean Carllo são os grandes responsáveis pelas minhas bebedeiras em território passense.