sábado, 12 de junho de 2010

Os sonhos não Envelhecem

Um clima indeciso da temperatura deixava mais tenso os instantes iniciais do show de Milton Nascimento, Lô Borges e Flávio Venturini.


Uma história fermentava no meu cérebro. Eu iria de certa forma vivenciar o clube da esquina, aquele do livro “Os sonhos não Envelhecem” de Márcio Borges.


Honestamente por todos os instantes não lembrava a cidade que estava. Apenas pensava que eu estava na cidade que o Clube da Esquina se juntaria pela segunda vez depois de uma época memorável para a música brasileira.


No local da apresentação, aquela multidão que quando alguém move um passo, provoca um efeito dominó. Ingredientes essenciais para meu sofrimento, pois além de fracote a altura não é nada avantajada. Tive que me distorcer para conseguir ver o show.


Enfim chegou a hora. O apresentador anuncia o Clube da Esquina. Daí veio Flávio Venturini, depois Milton Nascimento, mas como era show do Clube da Esquina, para mim, Jean e André e para todos ali que leram “Os sonhos não Envelhecem”, ele era o Bituca.


Milton chama Lô Borges, Lô vai até Bituca e lhe dá um abraço que me fez sentir a essência de uma amizade que nenhuma dor no mundo possa separar. Foi aquele abraço que retrata a história que vai muito mais além do que músicos de talento é a história de seres humanos que fizeram da amizade à melodia mais afinada de seus corações.


Não tive reação, não tive nada. Fiquei intacto vendo Lô e Bituca dividindo o palco. Vinha até mim as cenas que o livro conta. Olhava para o palco e via os dois muleques nas tardes e noites belorizontinas fazendo suas primeiras melodias que depois de muito tempo eu iria vê-los tocar ao vivo.

Mas desafiando as belezas melódicas estava um sujeito de boné que se enfiou na minha frente e jogando o pescoço para lá e pára cá cobria a minha visão. Pior, o cara estava lá por tá. Um pangó. Sou contra violência, mas que deu vontade de voar na guelinha dele, deu. Mas previ o futuro: a minha guela é que seria vítima.


Mudei de lugar, mas sempre vinha um maior que eu (o que não é nada difícil de acontecer) e ficava justo na minha frente.


Resultado final: meu pescoço travou, a batata da minha perna doía mais que mordida de cachorro no bumbum de criança com 4 anos (eu tomei uma nessa idade por isso sei como é tal dor).


Mas o resultado não tem preço. Se não vi Legião, Elis, Cazuza ou adolescentemente falando, Mamonas, eu vi um show do CLUBE DA ESQUINA. Coisa que para mim não tem preço.


Tudo envolverá em minhas lembranças este momento inesquecível. Pois um dia depois começava a Copa do Mundo de 2010. A primeira no continente africano, e a primeira abertura que não vejo em casa ou na minha cidade, pois em 2006 estava no trampo, mas na minha cidade. E quando a pelota rolou, estava comendo uma coxinha numa padaria, ao lado de André, Jean e Jorginho. Isso poucos minutos depois de quase ser atropelado na “esquina” do estabelecimento.

Final de jogo. Eu terminei de ver a partida no Ap do Jorge, Alan, Vinicius e mais um tanto de gente.


Hora de vir embora. Tanta aula matada, que o castigo veio justo na feira do livro de Ribeirão. Não pude ficar como o André e o Jean (INVEJA), pois tinha que terminar um trabalho importantíssimo.


Mas... o sonho além de não envelhecer, foi renovado.


Eu vi o Clube da Esquina ao vivo!!


Ps: Resumi ao máximo o texto. Muito mais contarei em outros posts.


Outra Ps: Devido a posição nada confortável em que assisti o show nenhuma foto ficou legal. Há apenas vídeos e estes necessitam de edição e não vai dar tempo de editar devido os compromissos durantes esses dias. Fica aí na mente o que vivenciei na realização deste sonho.

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