Nem música serve. Hoje quero palavras faladas ou escritas.
Quero ver palavras. Quero escrever palavras sem imaginar melodias para elas.
O olhar não quer enxergar o mundo incompreensível para não
dar notícias ruins ao espírito. O olhar quer olhar apenas essas palavras que
desafogam a aflição.
Hoje necessito de palavras minhas, de um egoísmo de signos
formados com as letras que me refrescarão de um calor mental muito forte.
Escrever. Escrever para saber que posso enfrentar o mal
fazendo o bem. Escrever para despistar o
ódio que existe.
Escrever. Necessito fugir do que não me agrada. Necessito
esconder do que é verdade e imaginar outras cores. Escrever para desligar a tomada do que não me
faz bem. Escrever para lembrar de mim. Quero apenas escrever para ter a certeza
que existo de alguma maneira.
Escrevi.
Escrevi.
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