segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2012

Talvez 2012 não tenha sido no geral aquele ano perfeito. Não foi. Inegável que passou longe de ser péssimo. Embora houvesse coisas ruins inesperadas. Profissionalmente, longe do ideal, porém, bons e interessantes objetivos alcançados. Mas isso é conversa para 2013.

O que quero escrever é sobre o ano de torcedor que tive. O ano!

Não é apenas escrever que o meu time ganhou uma Libertadores invicto e foi campeão do mundo. É contar uma história de 19 anos. É lembrar de como tudo começou. É celebrar mais que uma vitória, é vivenciar isso como cultura.

Torcer para o Corinthians já há algum tempo foi mais que ter o sentimento de ganhar, empatar ou perder. Mais que um jogo. Ter notícias, ouvir e assistir jogos desse time são parte de uma vida que por alguns anos vivia meio isolada. Na monotonia de dias estava ali a companhia. Virou comunhão.

Não nasci Corintiano. Tornei. O que acho até mais saudável. O direito da escolha. E depois saber que a escolha foi certa. Em 1993 fiquei sabendo do 1x0 naquele timaço que o São Paulo tinha pelas semi-final do paulista. Lembro que fiquei feliz com a notícia. No primeiro jogo da final contra um outro timaço, o do Palmeiras ou da Parmalat, também fiquei contente com a notícia da vitória.

No jogo final, já estava em frente a TV, tremendo de nervo, querendo que aquele time de branco e preto vencesse. Perdeu feio. Foi goleado pelo Palmeiras de Edmundo e Evair. Ótimo! Pois ali já entendi que gostar daquele time tinha que ser a qualquer custo. Principalmente quando perdesse.

Veio 1994, mais um ano de freguesia. Embora eu visse o 1º título do tal Corinthians. Copa Paulista ou Bandeirantes. Em cima do Santos.

Aí veio 1995 e o desabafo. Primeiro título que vi nacional. Uma Copa do Brasil impecável. Depois o paulista em cima daquele time que me fez mais Corintiano, o Palmeiras. O menino gritou e chorou.

O tempo passou. Todos os títulos nacionais vieram aos meus olhos. Mas... tinha a tal Libertadores.

Decepção para esse pobre em 1996. Muita, mas muita decepção em 1999 e 2000. Para o Palmeiras é doído demais. Ainda mais quando se tinha um time melhor e com domínio total dos jogos.  Naqueles segundos desesperadores veio o pensamento em não sofrer mais por isso. Ufa! Passou.

Queda para segunda divisão. E nos segundos desesperadores o pensamento era, sou mais Corintiano. E na segundona ali estava assistindo quase todos os jogos. Só perdi dois. Um que foi na quarta e coincidiu com prova na faculdade e outro quando o time já havia voltado para o seu lugar. Claro, jogo fácil não é para Corintiano.

E a Libertadores, afinal? Teve mais pancada. Lá em 1993 jamais imaginava que um tal Tolima fosse fazer parte dessa história. E fez. Era o último golpe.

Aqui estou escrevendo no último dia do ano em que aquele time de camisa branca e calção preto que eu comecei a gostar ganhou a tal Libertadores da América sem perder um jogo. Aqui escrevo para contar que jamais torcida nenhuma fez o que a do tal Corinthians fez. Aqui estou lembrando de quando falava que era corintiano e riam de mim. Aqui escrevo que vi além do espetáculo da torcida, o tal Corinthians ser campeão do Mundo no Japão. Teria que ser místico assim.

O ritual que tanto cobravam de vencer a Libertadores e depois ganhar no Japão. Não um jogo organizado por uma empresa de automóvel, mas sim um campeonato organizado pela Federação Internacional de Futebol, que inclusive teve a participação do representante da casa. Mundial com todos os continentes. Por todos os meios de comunicação vi o tal Corinthians fazer dessa final, a mais importante de todas.

Presenciei o fim das piadas. E inicio um ciclo que contradiz 1993. Deixei de torcer tanto pelo time, perdeu a graça. Já vi ele ganhar tudo. Depois do que assisti em 2012, sou torcedor da torcida desse tal Corinthians. 
Aliás, apreciador dessas duas espécies culturais.  

Se será um 2013 de vitórias, eu não sei. Mas não me importa. Pois, eu quero é ver em cena o movimento cultural Corinthians.

Sim, isso deixou meu 2012 bem melhor! Vai, Corinthians!

Foto extraída do link: brunoangelossiubirata.blogspot.com.br



Um comentário:

  1. É isso ai, comecei em 88 sendo campeão paulista e em 90 já com conhecimento de causa e sabendo do que se tratava tudo aquilo presenciei a primeira libertação da Fiel o tão sonhado titulo nacional, primeiro de muitos, 8 pra ser exato, mais compartilho de sua ideia que as vitórias são importantes e são momentos de realização e de extravasar as emoções, mais os momentos ruins foram os que me fizeram como Lula diz " um militante corinthiano " e é das dificuldades que o Corinthiano se faz mais apaixonado, mais fica aqui uma duvida como será o ano de 2013 como corinthiano, depois de vencer tudo será que vou ser mais torcedor ou mais militante?
    Agora de uma coisa tenho certeza, de que esse movimento cultural Corinthians do qual você trata no texto, vai continuar arrebatando o coração e a simpatia de um monte de gente por todo mundo, esse movimento não tem volta já tomou o Brasil e vai se espalhar pelo mundo, feito pelo povo do qual farei parte por todos os anos de minha vida!!!!
    Vai Corinthians!!!!!!!!!!!!

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