terça-feira, 20 de setembro de 2011

As Inquietações do Medo

Por Renato Delfraro



Por várias vezes, usam-se diversas maneiras de disfarçar o medo. Uma delas é nunca admitir que estamos com medo! E aí que se encontra um triste dilema para aqueles que tanto valorizam as aparências: Temos medo de dizer que sentimos medo!

No mundo de hoje, cada vez mais globalizado e consumista, as relações humanas estão, a cada dia que passa, se descaracterizando e perdendo espaço para o dinheiro e a tecnologia, que oferecem além de entretenimento e conforto a sensação de que o homem é um ser inatingível, que deve sempre buscar a perfeição mesmo que para isso deva passar a imagem de que nada o faz sofrer ou sentir medo.

Com isso os sentimentos ficam cada vez mais suprimidos diante da necessidade de aparentarmos algo que não somos, e que devemos nos esforçar para ser!
Assim, por diversas vezes, usamos diferentes maneiras de disfarçar nosso medo. Uma delas é nunca admitir a existência do medo. É ai que se encontra um triste dilema para aqueles que tanto valorizamas aparências: Temos medo de dizer que sentimos medo!

O medo é um sentimento que envergonha principalmente os homens. As mulheres geralmente não têm muita vergonha de assumirem seus medos, principalmente quando se trata de baratas e até algumas outras banalidades. Mas tanto homens quanto mulheres encontram-se encurralados quando não podem externar suas aflições, o que gera um grande desconforto na vida daqueles que vivem essa situação.

O que mais aterroriza as pessoas é o medo de errar, principalmente no trabalho, onde o nível de exigência e concorrência é sempre grande, e cada vez mais as pessoas são estimuladas a competirem e passarem uma imagem de que são fortes e imbatíveis, pois só assim conseguirão sobreviver!

Só que o maior medo muitas vezes não é o de errar, mas sim o de reconhecer o próprio erro e pedir desculpas quando necessário. Essa sem dúvida é uma grande barreira a ser vencida por aqueles que deixam as vaidades e a arrogância falarem mais alto, para aqueles que não olham para os lados e quando olham para dentro de si mesmos não vêem saída para onde fugirem.

Não é fácil lidar com o medo, pois ele sempre está presente nas nossas vidas. Mesmo que tentemos fugir dele ou não manifesta-lo, ele se faz presente em nosso dia-dia, de diferentes formas, mas não há como dizer que não sentimos.

A violência é hoje uma grande causa de medo, que aprisiona pessoas de diferentes classes sociais, pois está presente em todos os lugares, porque como se não bastasse ela esparramada pelas ruas, a mídia faz questão de levá-la todos os dias para dentro de nossas casas, de forma cruel e sensacionalista.

Também temos medo da doença, medo da morte, medo de perdermos as pessoas que amamos e medo de dizermos pra essas pessoas, o quanto elas são importantes em nossas vidas. O medo é um sentimento burocrático, que muito beneficia os psicanalistas, os laboratórios de antidepressivos e por incrível que pareça até as igrejas, que tanto se beneficiam das fragilidades humanas, para arrebanhar fiéis.

Tenho saudade do tempo em que tínhamos medo apenas de Lobisomem e assombração, pois nessa época havia espaço para a inocência e ailusão.

Hoje o homem só pode sentir medo de si mesmo e de suas próprias atitudes.



Renato Delfraro é estudnte de jornalismo do 8º período da UEMG Campus de Passos.


Imagem extraída do link: http://www.planetim.com.br/

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