sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mais Um Dia

Tive a tarde livre nesta sexta. O tempo estava nublado, meio frio e ventava com moderação. Saí com uma blusa daquelas que inibem qualquer tempo gelado, mas a calça nem foi necessária, de bermuda mesmo comecei a minha caminhada.




A primeira parada foi para comprar o jornal desta sexta, depois rumo ao cabeleireiro (para variar estava atrasado), onde dei risadas que assassinaram o meu tédio cotidiano. Foram minutos agradáveis, do jeito que gosto. Duas figuraças (daquelas folclóricas) entraram no salão e começaram suas estórias. Enquanto ria, também ficava tentando entender o mundo das duas figuras que se divertiam com coisas que para nós “não doidos” é coisa de “doido”.

Mas é justamente aí que fiquei matutando com meus miolinhos. Pois, na hora cheguei à conclusão (aliás, por muitas vezes tive essa conclusão) que loucos somos nós que vivemos nesta correria idiota atrás de status e grana e que na cara de pau chamamos de sobrevivência. Cidadãos assim que são felizes! Ganham pouco (se é que ganham algum dinheiro) e estão sempre rindo de si próprios e se lixando para a porra da sociedade capitalista que infelizmente nos manda e pior ainda, nos faz sentir sua necessidade. Gente do bem, sem maldade alguma. Toda vez que cruzo com gente assim, vem sempre na cacholinha o alemão Kaspar Hauser e o livro sobre ele chamado A Fabricação da Realidade. A parte que ele diz que a maçã tem vida é fabulosa. (Quando tiver com um tempo, acho que só nas férias e olhe lá, contarei mais sobre o filme e o livro).

Só para fechar a parte do salão onde cortava minha juba. Durante tudo isso, eu ficava olhando no espelho e me veio um desespero. Vi que estou ficando careca. Para os engraçadinhos, eu estou é com entrada para careca (com conotação ainda), aí ferrou.

Cabelinho cortado, como os piolhos detestam, segui rumo la casita do meu avô (chamo ele de vovô e carinhosamente de "véio"). Na caminhada tranqüila observo tudo. Gostei de uma cena em que vi 3 mulheres andando pareilhas com suas respectivas bicicletas. Logo depois, vi as montanhas que esperavam a noite chegar, e ao redor delas, muitas nuvens que aqueciam a chuva que cairia algumas horas depois.

Chegando próximo da casa de meu avô, bateu um certo nervosismo, porque desde o natal passado que não o via. Não sabia como iria encontrá-lo, e o medo maior foi que ele não me conhecesse mais. Ufa! Ainda bem, o veio não só lembrou de mim, como também deu suas gargalhadas habituais depois de uma palhaçada minha. E ali presenciado tudo, minha vovozinha de olhar de paz e coração brando.

Hora de voltar para a casa. Um abraço fiel no meu “véio” vovô Sebastião (o popular em seu bairro, Tião Tristão), a conversa tranqüila com vovó Tereza. E passos felizes de volta.

Para não perder o costume, uma cervejita no bar do Marinho com os amigos, acompanhado de piadas sacanas, papo sobre futebol, mulheres e tudo mais.

Chego em casa, um oi e um bate papo rápido com meu pai sempre com aquela tranqüilidade e já se preparando para deitar (o dia para ele começa as 3 ou 4 da manhã) e para celebrar o fim do trajeto, minha mãe chega em meu quarto e começa a ler o jornal junto comigo, ambos sentados em minha cama. E como diz a canção: “e lá se vai mais um dia”. É! se vai, pois ainda não terminou. Estou indo me aprontar para ir em alguma festa com meus amigos loucos.

Viva eles!!!!

3 comentários:

  1. ''Vi que estou ficando careca.''
    Benvindo ao clube, meu amigo!

    Porra, esse foi um post e tanto.Acho que um dos que mais gostei até aqui. Talvez pela tranquilidade narrada, pela calma, e o tempo nublado que tanto gosto e que deu realmente clima ao texo todo.Belo!

    Termino com um trecho do velho Jack:

    "(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante - pop! - pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos 'aaaaaaah!'.

    Abraço.

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  2. Ai Van... Msm te conhecendo a tanto tempo,ter vivido tanta coisa com juntos, vc me surpreende a cada dia...
    Vc é definitivamente indecifravel...
    Bjos meu anjo...

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  3. HAHAHAHAHAHAHA!!!!
    Não sou InSaNo®... HUAHUAHUAHUAHUA!!!!

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