Na rua ela andava com os pés em contato direto com o chão.
Chutava bola de meia, de plástico e marcava gol de final de copa do mundo
quando tocava em uma bola de capotão.
Escondia, corria, gritava, cantava e assoviava com o pescoço
inclinado. O som ecoava suave pelos ares.
A mão sentia a terra, os braços sentiam verdades. O rádio de
pilha com seu som chiado não precisava de login e senha para ser comunicado.
A inocência fazia dispensar qualquer tela para protestar. A
indignação era na cara. Havia coragem para atos de protesto.
Mas ela, a infância passou.
Esconder, correr, gritar, cantar e assoviar perdeu o
sentido.
O rádio de pilha não serve nem para enfeite.
E a inocência ficou superficial. E a indignação virtual.
A tecnologia chegou.
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