sábado, 25 de abril de 2009

Algumas Farras

Talvez novamente, de novo e outra vez, parto para o lado pessoal. Mas tentarei salvar o texto com uma observação magnificamente positiva, levando em questão a “paradeza” que os jovens de hoje estão. Quando digo “paradeza”, podem pensar alguns que o blogueiro aqui está já velhinho e não agüenta mais como antes o batido.

Não é isso. Quando digo “paradeza”, me refiro a falta de alternativa que a maioria da juventude tem em tempos atuais.

Tudo se resume em ir para a balada (nada contra, até gosto), ficar com o menininho ou a menininha do corpinho perfeito e do miolo besta, e lógico: mostrar a roupa “bunitinha”. Putz...

Na última segunda, véspera de feriado e aniversário do meu amigo Cassinho (amigo mesmo!), tinha gente de todo tipo. Dois ambientes marcavam a sonoridade do agito. Lá no fundão da casa, comiam frango e bebiam cerveja e cachaça já na sala e varanda, ouvíamos rock nacional e tomávamos uma geladinha, vinho e vodka. E conversávamos de tudo.

Nessa conversa houve um assunto razoavelmente sério e um cidadão que faz parte da ala dos “vou pra festa bunitinho” disse: “nossa, que papo brabu”, “vamu mudar de assunto”.

Na hora pensei em mandar tomar no Busch (sinônimo de cú), mas aí ignorei e continuei o assunto, que nem era tão sério assim, bastava ter um pouquinho de ABCD no cérebro e tudo correria bem.

Longe estou de ser um gênio ou coisa do tipo. Mas distante também de tamanha ignorância.

Conclusão: o coitadinho logo saiu do reduto assombroso para ele e foi para um outro canto da cidade, onde rolava uma festa de gente que não tem porra nenhuma, mas conversam assuntos do tipo: “que roupa bunita essa minha. Nossa! Fulano hoje está tão desarrumadinho. Vou lá conversar com ciclano, ele tem dinheiro”.

Enquanto isso, a galera que continuou na casa varou a madrugada, com uma rodinha de pessoas agradáveis e nada preocupadas com a estética. E sim preservando o fácil ato do divertimento sincero.
Já há um bom tempo, timidamente venho presenciando cenas do tipo.

Do nada conheci uns caras que estavam em um ponto de táxi da city tocando e cantando clássicos do rock. Vagava pelas ruas, quando me deparei com essa mulecada. Pronto! Fechado, já marcamos algo para o fim de semana seguinte.

Desde então, não paramos mais. Os encontros rolam naturalmente. Papo vai e vem no msn e de repente estamos nós reunidos e curtindo a nossa balada, com o nosso visual mulambento e sem medo de falar do Tom Zé, ou de Ramones. E sem preconceitos, falamos do Zezé e axé. E arriscamos algumas vezes um samba no pé.

Várias outras coisas estão pré-agendadas (jamais confirmadas, no improviso é mais emocionante) e cada vez mais nos sentimos bem com a nossa balada.

Só para encerrar e para que se tenha uma noção de como é legal tudo isso. Rapidamente conto a farra do sábado dia 19. Enquanto os “jovens” na sua maioria iam curtir a balada habitual, decidimos irmos para uma churrascaria, mas para tomarmos chopp.

E lá tive a grata honra de presenciar, mesmo que por pouco tempo e de improviso a primeira apresentação do Daniel (que figuraça) e que talento. Inesquecível a emoção e nervosismo dele. Mas inesquecível ainda a nossa felicidade em vê-lo ali, tendo uma pequenina oportunidade. É de se acrescentar a gentileza dos músicos que no intervalo deram essa chance pro garoto. Foi uma loucura!


(Vamos curtir!) A turma dando aquela forcita para o "Dani" (ficou meigo isso... ui)



Música agradável ao vivo e um clima de sossego. Tudo isso, em volta de pessoas que te consideram e pensam como você. Quando não pensam, ao menos respeitam sua idéia.

Fim da apresentação. O show acabou. Pagamos “la contita” (essa parte foi doída, e como!). E trilhamos rumo ao nosso point favorito. A casa (na verdade é um muquifinho aconchegante, apelidado de cafofinho) que alugo para fazer esse tipo de “agito”. Percussão, violão e começa a cantoria.
Como pode ver.

(Tem uma foto que pega todos, mas está na máquina na Bel ou da Gi. Mas já se dá para ter uma idéia da nossa diversão).

Tinha corrida e íamos assistir juntos como estamos fazendo desde o inicio da temporada. Mas o som desta vez estava tão bom que esquecemos de torcer para o Rubinho ficar em segundo. Em primeiro já desanimamos.

Não estamos fazendo nenhuma revolução. Longe disso. Mas estamos divertindo sem artificialidade. E sem precisarmos de usar roupinha da moda ou de marca que custa o famoso “olho da cara”.

Lembrei agora que o Jean, colega meu de facul e que está ralando com seu TCC, me dizer que no mesmo dia estava reunido também em uma casa e tomando vinho. Verdade! Eles sempre fazem esses encontros, chama-se: OS ESQUIZÓIDES, e lá na casa do Flávio discutem música, literatura e por aí vai... Show!!!

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